domingo, 14 de outubro de 2012

Por um blog menos blasé

por Isabela Mattiolli

Faz um tempo que ando ensaiando para escrever aqui no A par. Não sobre a minha falta de tempo, mas de inspiração. Voltei das minhas primeiras férias de verdade (aquelas sem ser tipo as da escola) e confesso que ainda não entrei no ritmo, mas voltei com a mente aberta - cheia de boas ideias e pronta para novas perspectivas. 
O ensaio da escrita rendeu um movimento interno por um blog menos blasé. Isso significa redimensionar, quebrar paradigmas e mostrar aquilo que nos seja pertinente e mais concreto. Significa também sair dos moldes daquele blog que a menina - que mal sabe escrever, do dia para a noite deixe de usar fast fashion e passe a usar Chanel achando que metade da população do país precise disso para ser feliz. 
Francamente: onde estão nossos valores e o famoso pé no chão?
Gente, sou jornalista e, antes disso, filha de trabalhadores que corriam um dobrado para dar uma boa educação para as duas filhas - com um salário bem menor do que uma Hérmes, sem dúvida.
E mesmo que tivesse nascido em "berço de ouro", não sei se valeria a pena pagar 25 mil em tal artigo. Porque bolsa, sapato, etc., nós mulheres bem sabemos: uma hora enjooa e o desapego é inevitável.
No período que passei fora da minha órbita diária, o termo compartilhar passou a ser uma máxima. A ideia que o Facebook colocou em voga é também a mesma que o A par pretende seguir.
Por aqui, as tendências serão mostradas como referência daquilo que podemos aplicar na realidade.
No fim de semana fui a um shopping aqui de Curitiba e arrematei duas calças cropped (curtas) estilo pijama. A primeira por R$199 (nenhuma pechincha) e a segunda por R$59 e pasmem: tirando a estampa, era a mesma calça, com o mesmo acabamento e tudo mais. O ponto é: podemos ter mais por menos - basta garimpar. 
Outro fator que exigiu essa mudança do blog foi se aproximar das nossas leitoras. O que eu mais tenho é amiga que reclama que não sabe filtrar o que é bom dentro do próprio guarda-roupas e que tem uma dificuldade enorme em se vestir. O A par pretende tirar tais dúvidas e mostrar para cada uma delas que hoje, mais do que nunca, a moda é algo extremamente democrático e tendência não dita, necessariamente, aquilo que você deve ou não usar.
Não sou especialista em moda nem nada, mas assim como a Gabi, me interesso pela temática. O A par é o reflexo disso: formado por pessoas comuns que acreditam que moda é uma linguagem que pode ser facilmente aplicada no dia a dia de cada um. 
A nossa intenção é sair da zona de conforto e da repetição do blasé e ir direto naquilo que nos interessa. O menos é mais e isso nenhuma fashionista e it girl de plantão podem negar. Bom recomeço a todos nós.

Divirta-se!